Crescimento de empregos na construção indica retomada
O vice-presidente de mercado imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/RN), Francisco Vasconcelos, o Chiquinho da Constel, relata que a expectativa é de maior crescimento neste ano. “A gente acredita que com o retorno do Minha Casa, Minha Vida vai ter uma retomada, com mais obras, mais emprego aqui para o Estado. O panorama do mercado da construção civil é de crescimento”, disse.
Francisco Vasconcelos, vice-presidente de mercado imobiliário do Sinduscon
Ele relembra que o mercado imobiliário ficou estagnado durante os últimos oito anos, mas a queda de empregos no setor vem de mais tempo. Em 2013, o saldo anual começou a ficar negativo com -1.141 e seguiu com -3.107 em 2014, alcançando o pico em 2015 com -7.287. No ano seguinte recuou para -6.517, mas permaneceu perdendo postos de trabalho. A partir de 2017 a queda começou a diminuir com -215 e um ano depois o saldo passou a ficar positivo e a construção civil contratou mais do que demitiu. O saldo em 2018 ficou baixo, apenas 3, mas subiu para 800 em 2019, depois 1.135 em 2020, mesmo com a pandemia da covid-19, permanecendo em crescimento em 2021, com 3.722 e tendo o melhor resultado no ano passado, quando o saldo de empregos ficou em 4.423.
“Os empreendedores estão fazendo seus investimentos, negociando áreas, terrenos, desenvolvendo projetos. Então, o segundo semestre de 2023 e o ano 2024, deve ser de alavancagem desse mercado fazendo esse número de empregos ser bem mais elevado com essa tendência de crescimento”, prevê Chiquinho.
Sérgio Azevedo, presidente do Sinduscon, diz que os empreendedores estão otimistas. “A expectativa das construtoras e incorporadoras, que têm se adaptado às mudanças de comportamento dos consumidores, é de retomada com crescimento sustentável. O mercado tem investido para atender às novas demandas de imóveis mais espaçosos e com áreas de lazer e de atividades físicas. O novo momento exige também integração do home office ao ambiente de moradia”, destacou.
Em Natal, essa tendência de crescimento está ancorada no novo Plano Diretor. Azevedo reforça que o investidor precisa de segurança jurídica e isso foi conquistado com a atualização do plano. “Eu acho que o Plano Diretor tem se mostrado eficiente, dados os números da Semurb. Se vai ser sustentável a longuíssimo prazo, eu entendo que não. A gente vai precisar fazer uma nova revisão futuramente”, pontuou.
O empresário Caio Fernandes também elogiou a mudança na legislação porque disse que traz mais clareza jurídica. “A expectativa é muito boa porque o Plano Diretor traz clareza jurídica, melhorou a questão das áreas de preservação, de ocupação”, disse ele.
Contudo, alerta que é preciso melhorar a atuação dos órgãos licenciadores. “Não adianta revisar o Plano Diretor, se os órgãos licenciadores, seja municipal, estadual ou federal, não fizerem sua parte e agilizarem os processos. A gente precisa de um prazo minimamente rápido. O empresário que vai fazer o investimento, que vai gerar empregos, precisa de uma resposta, um sim ou um não, mas precisa ser dado logo”, alertou.
Em nível de estado, o diretor técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema/RN), Werner Farkatt, disse durante o seminário Motores do Desenvolvimento, que a legislação prevê que o tempo de licenciamento seja de seis meses, mas em casos de alta complexidade, pode ser estendido. Além disso, apenas 6 dos 167 municípios potiguares fazem o próprio licenciamento, fato que estaria sobrecarregando o Idema.
“Precisamos de mais municípios para que o Idema possa desafogar esses processos. A dificuldade é que maior parte dos municípios não tem regramento próprio e não licenciam e isso dificulta porque tem que usar o regramento federal, o que interfere em algumas situações por não estarem em consonância com a realidade do estado", disse o diretor. Mesmo assim, segundo ele, em 2022 foram emitidas 400 licenças por mês. "Há períodos com maior pico. Obviamente, com algumas aplicações dentro do próprio Idema, conseguimos dar mais transparência deixando as regras muito claras", disse.
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